Na Índia considera-se que possuímos quatro diferentes memórias, a memória mineral, a vegetal, a animal e a humana. Segundo a crença local, evoluímos da realidade mineral para a vegetal, depois animal e, por fim, a humana e, por isso, trazemos, gravados em nosso íntimo, um grande aprendizado dessas experiências. A morada dessas quatro memórias são os quatro primeiros chakras. Ter um acesso equilibrado e consciente a essas quatro memórias nos permite uma vida psíquica harmônica e um organismo saudável. Nossas funções metabólicas dependem da sabedoria acumulada nesses chakras e o funcionamento sadio deles garante as condições ideais para nossa evolução e essa é a base para uma qualidade de vida duradoura.
O primeiro chakra está ligado à relação do homem com o mundo mineral. É ele quem coordena a absorção de sais minerais pelo corpo, administra o quanto de cálcio, magnésio, zinco, fósforo, cobre & Cia, o corpo retém do alimento digerido. Quando desequilibrado, ele provoca danos preocupantes, uma vez que, por exemplo, o excesso de cálcio em neurônios é uma das principais causas de morte de células nervosas, do envelhecimento precoce de todo o corpo e de diferentes doenças senis. Estando equilibrado, ao contrário, ele cria condições para uma longevidade saudável.
Uma vez que nossa natureza mineral é a mais antiga entre as quatro, a memória mineral, residente no primeiro chakra, nos remete aos primeiros registros da existência e administra nossos instintos mais primitivos, incluindo o de sobrevivência.
Desde o big-bang, o primeiro momento da existência, quando apareceram as primeiras partículas na história do Universo, houve necessidade de movimento dessas partículas e ao mesmo tempo uma resistência a esse movimento. As partículas eram energia e energia só existe em movimento, mas, uma vez que estavam no universo manifestado, encontraram resistência. Desde então, está impresso em todo átomo existente no universo, a informação de que a cada expressão de movimento, encontra-se uma resistência. Esse chakra se torna, dessa maneira, ligado ao instinto de cautela e administra um ?freio? e um ?acelerador? psicológicos que nos orientam o quanto devemos nos atirar em nossos impulsos ou não. Esse chakra é a base de nosso ego (acelerador) e superego (freio). Quando desregulado, tendemos a nos conter onde é mais indicado avançar ou nos atirarmos em situações onde seria mais saudável recolher.
O segundo chakra está vinculado à relação do homem com o reino vegetal. Nele habita a memória do tempo em que pertencemos a este reino e, com isso, ele abrange a consciência de nossa necessidade de ascenção atrás de um lugar sol, abarcando os meios para isso, como a sabedoria de como proceder para a constante transformação de luz em clorofila, de ignorância em conhecimento, etc. No plano físico, ele regula diversos processos de absorção do corpo, incluindo a do alimento pelos intestinos e no psíquico, confere a sabedoria de como e por quê se comprometer com a própria dinâmica evolutiva, chamada na índia de swadharma.
O terceiro chakra regula a memória animal. É aí que mora o instinto de caçador do homem, que viveu por quatro milhões de anos como coletor/caçador. Durante todo esse tempo, quem sobrevivia com mais facilidade para perpetuar a espécie na Terra, era quem corresse melhor atrás do búfalo, quem conseguisse derrubá-lo com as unhas e, depois, cortá-lo sem as regalias de uma faca afiada. Esse instinto de caçador de nossos antepassados é, ainda hoje, muito presente no homem e surge à sua revelia em horas constrangedoras.
É o que acontece com o rapaz que faz gracejos abusivos para a morena que passa à frente do bar, ou que briga corporalmente por seu time de futebol, ou até mesmo, que se agrupa em gangues para lutar com outras gangues. Esse instinto, quando descontrolado, pode deixar a pessoa perigosa, mas quando harmonizado, pode deixá-la com o potencial realizador aumentado.
O quarto chakra, ligado à memória humana, guarda a memória de nossas experiências pessoais, mas também do que herdamos de sabedoria de toda a humanidade. Aí, moram os instintos humanos, incluindo o amor e os sentimentos de amizade, solidariedade e liberdade. Moram, também, a capacidade de compreensão, comunhão, compaixão e sentimentos afins. Quando nos aprofundamos neste chakra nos tornamos, assim, mais humanos e habilitados para a felicidade amorosa.
Desenvolver a memória, sob a ótica indiana, vai além de aprimorar capacidades técnicas de memorização, desenvolvê-la em sua totalidade, inclui também entrar em contato com a sabedoria existente nestes chakras. Quando isso acontece, nos surpreendemos ao ver como a memória objetiva passa a funcionar. Ganhamos uma enorme capacidade de retenção de novos aprendizados e o acesso a antigas informações e experiências guardadas em nós, desde tempos remotos.
Para esse objetivo, foi criado o programa ?Memória e Rejuvenescimento Através da Meditação?, com seus quatro pilares: exercícios de memorização, técnicas de respiração e de meditação e sugestões nutricionais para a memória. Estes quatro elementos, funcionando sinergicamente, nos levam a regiões onde a memória guarda segredos importantes acerca de nós mesmos e, ao mesmo tempo, desenvolvem o potencial possível da memória atual.
No final de uma jornada de autoconhecimento, a pessoa funciona melhor física, intelectual e emocionalmente, podendo aliar a satisfação das necessidades subjetivas à realização dos objetivos práticos.
No nível físico, o rejuvenescimento celular promovido pelas respirações do programa leva a diferentes benefícios, desde a recuperação da plenitude do vigor sexual pleno, passando pelo aumento da flexibilidade do corpo, pela melhoria do funcionamento glandular, pela restauração do tônus muscular ideal e capacidade de relaxamento.
No nível emocional, a pessoa adquire grandes doses de entusiasmo interior e cria as bases para um olhar mais humano e amoroso para a vida e para um estado de felicidade constante.
No nível mental, além da ativação dos potenciais da memória, as meditações do programa melhoram a capacidade cognitiva e a atenção, evitam a fadiga mental e previnem o declínio das faculdades intelectuais. Os efeitos anti-stress das meditações proporcionam calma, entendimento, discernimento e equilíbrio para tomar decisões sensatas. As respirações utilizadas promovem agilidade de reflexo mental, aumentando a capacidade de responder a desafios diários sem se desgastar
O prazer da recuperação e desenvolvimento de nossas habilidades intelectuais é indescritível. É ver para crer. É experimentar para ver.
Por PEDRO TORNAGHI